terça-feira, 9 de novembro de 2010

Tudo tem uma primeira vez! (Capítulo 2)

Bruninho sabia que nessa época, aquele gordinho que teimava em descer pela chaminé na noites do dia 24 de dezembro, como podia um homem tão barrigudinho passar por aquele buraquinho que meu pai não consegue limpar.

Alguma coisa cheirava coisa errada. E esse ano não podia deixar escapar! Como de costume, chegando ao shopping antes de sentar, olhava para um lado e para o outro e aquele trenó parecia não ter por onde entrar. E onde estavam as renas? Na praça de alimentação onde o papai gosta de me levar? Ou seria naquele restaurante que a mamãe dizia que a comida era feita de minhoca? Será que as renas gostavam de minhoca? 


No auge dos seus 9 anos e meio Bruninho tinha mais dúvidas que seu pai. Chegando sua vez, antes de sentar no colo deu uma olhada dos pés a cabeça, e quando senta no colo do bom velhinho, ele pergunta:

- Que número o senhor calça?
- 43 meu filhinho e você?
- Num sei, minha mãe que compra.
- Hummm, falando em comprar qual o seu presente que vou ter que comprar esse ano?
- Estou decidindo, suas renas comem minhoca?
- Não, não meu filho. As renas comem só grama.
- E tem grama no Shopping?
- No estacionamento tem.
- Ah é verdade! Sua barba é de verdade?
- É sim, pode por a mão!
- Não é que meus amigos falam que você não é de verdade... Como você passa na chaminé? Não suja sua barba?
- A eu tomo cuidado meu filho.
- Já sei o que quero de natal! Quero que meu pai limpe a chaminé para o senhor não se sujar!

E depois de dizer aquilo saiu correndo ao encontro da sua mãe... E quando olhou para seu pai viu ele dando dinheiro para uma das mulheres de vermelho e de toquinha. Será que era para ajudar as renas comerem? Mas era grama do shopping... E por que o bom velhinho tava com um monte de roupa se estava no verão? E por que a filha da vizinha estava lá vestida de vermelho também? Tem alguma coisa errada.

Ela já estava ficando aflito com tantas dúvidas, mas teve a grande ideia, na noite de natal como de costume, quando sentasse novamente no colo do bom velhinho teria o trunfo para descobrir. Aproximando-se da noite ele, estava ancioso, porém com a certeza que iria resolver o caso e já se sentia como o detetive daquela história que a professora Janete contou mês passado.

Dito e feito! Sentou no colo de velhinho e começou!

- Que número o senhor calça?:
- 43 meu filhinho e você?
- Num sei, minha mãe que compra.
- Suas renas comem minhoca?
- Minhoca? Não, claro que não elas comem ração.
- Ração? Tem certeza?
- Tenho sim!
- Já sabia que você não era de verdade, quando meu pai voltar fala para ele que ele esqueceu de limpar a chaminé, vou durmi!
- Espera ai mocinho e seu presente? Não vai pegar?
- Ué eu não ganhei, a chaminé está suja.

É Bruninho quem é curioso descobre o que não quer. E o papai noel realmente era o seu tio... E no shopping bom anos depois descobriu que era um moço que morava na outra quadra.

Histórias tristes? Talvez... Imagina quando ele descobrir que o lanche não é de minhoca, ou é?

Um comentário:

  1. É... coisa triste essas descobertas da vida adulta... Bom não sei em qual momento da vida rompi com Papai Noel, mas num deve ter sido tão traumático, afinal eu não lembro... Mas uma coisa eu lembro... Do olhar dos pequenos pra mim quando eu digo que acredito, que ele vem e que passa pela chaminé mesmo não existindo muitas no Brasil ...

    Grande beijo meu Lindo! E Bem vindo de volta Morfeu...

    ResponderExcluir